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Janeiro ou o ano inteiro? — práticas benéficas para o ciclo que se inicia

Colagem da artista Luciana Aranha (@luspider)

Colagem da artista Luciana Aranha (@luspider)

A cada começo de ano adicionamos mais um punhado de pressões àquelas já habituais pelas quais passamos. Se dezembro é o mês de colocar na balança e definir metas, janeiro é o período definitivo de fazer acontecer: a dieta, a carreira, aquela atividade física abandonada, o vício que queremos largar. Corremos atrás de ferramentas que nos ajudem a chegar lá: aplicativos que nos lembram que precisamos tomar mais água, coaching para nos auxiliar a galgar degraus no emprego, plano semestral na academia, apetrechos para nos distrair dos hábitos nocivos. Agora vai.

Acontece que esses aparatos que usamos no dia a dia partem de um espaço de cobrança. Em vez de serem avisos amigáveis, são notificações duras de que precisamos cumprir com o combinado. Começamos o ano nos torturando se não dermos conta.

Aqui na Comum, a sugestão é que iniciemos novos ciclos partindo de um outro lugar. Durante esse mês, quatro mulheres da nossa rede irão sugerir recursos benéficos para nos ajudar a tirar do papel os planos e sonhos em quatro áreas que conversam com todas nós: presença, autocompaixão, corpo e comunicação não violenta.

Serão quatro conteúdos — disponibilizados em formato de podcast —, diluídos em conversas no um a um com cada uma dessas mulheres que, ao final, irão nos presentear com práticas generosas. Não são ferramentas adicionais para aquela to do list diária. Pelo contrário. São instrumentos de autocuidado, que devem ser olhados como mecanismos amigáveis que nos auxiliam na estrada. Não para um planejamento anual, mas para toda uma trajetória de vida.


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Aqui e agora

Talvez esse seja um dos maiores desafios contemporâneos: estar presente. No meio de tanta correria, de tantos compromissos e da pressa e da urgência, o que podemos fazer para, de fato, estarmos aqui e agora? Caroline Lopes, instrutora de meditação e mindfulness, irá conversar com a Comum sobre atenção plena e como podemos nos beneficiar pelo simples fato de estarmos conscientes e atentas ao instante.

Autoapreciação

Não fomos educados para olhar com amor nossos atributos essenciais. Nós, mulheres, principalmente. Confundimos autoapreciação com uma postura egoísta, pouco humilde. Mas olhar — e valorizar — o que temos dentro da gente é, antes de tudo, um exercício de estender essa mirada generosa também para o mundo externo e para as potencialidades do outro. Carol Bertolino, formada pelo Cultivating Emotional Balance, irá nos trazer essa perspectiva preciosa e nos instrumentalizar com ferramentas que contribuem para nossa felicidade genuína e nosso equilíbrio emocional.

O corpo como nosso aliado

Acorda, toma café, corre pro trabalho, entra em reunião, sai de reunião, chega em casa, dorme. Estamos juntas dos nossos corpos nessa jornada ou estamos tão desconectadas que nossos corpos estão apenas seguindo ordens de um viver quase mecanizado? Nossa rotina faz com que a gente robotize muito da nossa vivência. Quase não escutamos o que nosso corpo tem a nos dizer. E, se silenciarmos um tanto que seja, perceberemos que há muito a ser dito. Não só sinais evidentes sobre nosso bem-estar físico, mas também sobre necessidades reais para nosso bem-estar emocional. Marcia Baja, instrutora de yoga e tutora do CEBB, traz uma prática benéfica para que passemos a andar de mãos dadas com nossos corpos.

Comunicação não violenta

Somos feitas de linguagem. É muito pelas palavras — e pelo que elas significam — que nos comunicamos, nos relacionamos, travamos acordos e fluímos pela vida. Mas, muita das vezes, essa comunicação está contaminada com medos, repressões, meias-verdades. Como resultado, temos diálogos violentos — seja com a gente, seja com os outros. A psicoterapeuta Angélica Rente trará a comunicação não violenta como um novo caminho possível para o nosso dia a dia.

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O que estamos propondo é uma pequena revolução. Vamos trucar a lógica das métricas e metas de sucesso e felicidade fatiadas em 12 meses e apostar em ferramentas benéficas sem data de validade.

Vamos juntas? Te vejo no fórum para trocar escritos e vividos dessa nova jornada.


Gabrielle Estevans é jornalista, editora de conteúdo e coordenadora de projetos com propósito. Na Comum, é editora-chefe, participante e caseira.