Um dos primeiros textos que li na Comum foi o da Thais Moura sobre movimento físico, que dizia “exercícios servem para manter o organismo funcionando em sua melhor forma” e me inspirou para escrever sobre exercícios que trazem benefícios financeiros.
Ao falar de finanças atualmente, logo se pensa em crise ou em sacrifícios (o que realmente não pode ser ignorado). No entanto, é tendência “criar” interesse nas finanças quando o limite do banco estoura, os juros cobrados são abusivos ou quando parece que o lucro do trabalho não está sendo usado de maneira proveitosa - assim como existe interesse em exercício físico ao subir um lance de escada e parece que o pulmão vai sair pela boca.
E a solução é a mesma em qualquer área: o melhor remédio é prevenir.
Na área financeira, um dos exercícios de prevenção é o chamado Planejamento Financeiro e para começá-lo, é preciso:
Autoconhecimento – da realidade e dos limites;
Um objetivo de vida maior;
Estabelecer prioridades;
Finanças organizadas;
Permanência no propósito, disciplina;
E guiar-se pelas seguintes perguntas:
Qual seu sonho? Onde e como você deseja estar daqui 20, 30 anos? Você deseja montar um negócio próprio? Curtir aposentadoria com filhos? Desenvolver um programa social? Um projeto colaborativo? Ajudar pessoas?
O que você precisará para atingir seu objetivo? Acumular bens? Poupar? Investir? Correr riscos? Fazer rede de contatos? Firmar acordos?
São perguntas que só cabe a você responder, que podem ser compartilhadas com pessoas confiáveis e que estejam dispostas a caminhar juntas.
Contudo, não dependa dos outros e nem se compare a ninguém! Defina um grande objetivo de vida (que pode ser moldado com o tempo) e a partir dele divida pequenas metas para alcançá-lo.
Uma das ferramentas mais usadas para o estabelecimento de metas é a técnica “SMART” que traduzida significa “esperta (o)”. Existem várias traduções, mas a que aprendi e que vai direto ao assunto é:
ESpecífica - Specific
Mensurável - Measurable
Alcancável - Achievable
Relevante - Relevant
Tempo - Time
Há 1 ano, fiz esse exercício e vou usá-lo como exemplo:
O que? Visitar uma amiga na Holanda junto com meu companheiro.
Quanto? Valor das passagens, passeios, refeições, etc.
Como? Com quem? Planejar a viagem: contar para minha amiga da intenção da viagem, ver a disponibilidade dela nos receber, preparar pessoas para minha ausência no período (no trabalho, na família), rever gastos extras, poupar dinheiro, fazer trabalhos extras, ficar de olho em promoções, etc.
Por que? Realização pessoal, sonho de conhecer outras culturas, oportunidade de ver uma amiga querida morando em outro país.
Quando? 5 dias – 08 de junho de 2016.
Como podem perceber, estou prestes a ir e fico muito feliz em dividir isso com vocês. Uma das coisas que mais desejo na vida é conhecer outras culturas (tanto eu, quanto meu companheiro) e desde que aprendemos a estabelecer metas, nossa vida tomou outro rumo. É a nossa segunda viagem “internacional” e há cinco anos isso parecia impossível para ambos.
Nesse momento, é nossa meta e nosso investimento. Daqui 5 anos, outras metas e outros planos. Juntos ou não.
Mas o objetivo permanece o mesmo: construir uma cultura diferente, ter qualidade de vida e uma aposentadoria tranquila.
Portanto, permita-se sonhar, dentro dos seus limites e da sua realidade. Respeite seu tempo. Li certa vez que “não se trata de ser melhor que alguém, trata-se de respeito, que exige ser melhor do que você mesmo pensava que poderia ser”. E pegando carona no texto da Thais, sugiro: movimente sua vida com metas e objetivos, pois eles não “apertam”, ao contrário, libertam!
Camila Prada, 33 anos, fugitiva da academia, sequestrada pelo capitalismo e intolerante com opressores. Filha de uma guerreira, caçula de três irmãs e educada sobretudo por mulheres. Descobri que sou feminista sendo feminista. Casada e sócia do marido, onde meu papel na empresa é controlar as finanças. Ah! Gordinha e dona da risada mais desvairada do mundo (me convida para um café com bolo e saberá que não estou mentindo).