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#19 O paradigma da dieta restritiva

A gente vale o quanto pesa e — numa sociedade com tantos valores invertidos — quanto menos pesamos, mais valemos. Aperta aqui e encolhe ali para caber no padrão estético que nos ensinaram a adorar. A gente só está em paz com o próprio corpo se nosso corpo não sobrar para além do manequim permitido. Acontece que buscar esse ferramental externo de modo a atingir esse inatingível ideal não funciona. Não só não funciona porque, obviamente, a equação não fecha, como não funciona porque nos faz adoecer — física e mentalmente.

E aí há um ponto que não nos ensinaram a enxergar: esteticamente falando, não há nada de errado com nosso corpo, seja lá qual for a forma que ele tenha. 

Mas não é isso que a novela, a propaganda, a revista feminina nos diz. E, nesse cenário em que estamos sempre em débito com a sociedade, a dieta parece ser o contrato pacífico com o mundo. Mergulhamos em dietas restritivas sem considerar que cada corpo é um corpo único — e não falo só biologicamente. Nossas emoções, a bagagem que trazemos de vida e até o lugar em que estamos também interferem em nossos hábitos alimentares e, consequentemente, em como nosso organismo responde a eles. 

Nesse vídeo, Melissa Setubal lança luz a esse paradigma e nos inspira a caminhar para um questionamento urgente: se dieta restritiva resolvesse mesmo o problema como tentam nos vender, não teríamos um índice menor de obesidade no mundo?

Na contramão da contagem das calorias, da exclusão ou restrição de grupos alimentares, a proposta é que olhemos para a alimentação cada vez mais como um lugar de autocuidado e cada vez menos como uma ferramenta que está a serviço de nos fazer aumentar ou diminuir de tamanho. 

Espero você no fórum para saber como tem sido a experiência por aí.